Manhã de Histórias fantástimagóricas..... escurinho.... criançada reunida, uuuuuuivos, arranhões, uuuuuuuuuu
"meu pai morreu com 4 tiro da polícia"
"meu vizinho lá de cima levo 1 aqui ó"
"meu ermão tava robando e levo uma tunda com ferro na cabeça"
Fantasmas existem? Talvez, mas não são eles que fazem buu na vida destes pequenos.
Sem determinismo, mas a dura escolinha da vida deles os faz apto aalguns vestibulares e apartados de outros tantos. Então, a estranha no ninho sou eu. O que quer dizer respeito para eles? O que quer dizer felicidade? A sobrevivência é quase uma sobrevida, que não vale mais nem menos que a minha, estranha no ninho, uma querida estranha no ninho, que oscila entre o espanto e a compreensão bem sentada no seu sofá escrevendo sobre o que vive com eles dentro de um espaço-santo, em que se sentem seguros, alimentados, ouvidos, mas... que pouco se comunica com as perspectivas garantidas pela posição social em que nasceram.
Matemática da bala perdida?
Ciências da desnutrição?
Estudos Sociais dos de baixo?
Ed. Física da defesa pessoal?
Ed. Artística do esgoto?
Português da negociação dos que servem sem escolha?
hoje um dos meninos que buscou teto para a profe aqui e eu nos encontramos na biblioteca, ele todo atrapalhado com uma prova de interpretação textual. O texto mal xerocado, extraído do trecho do fim do capítulo de um livro perdido na internet... Sentei ao seu lado, pedi que lesse, as sílabas saiam como pedras da boca. Li eu. Li de novo, Comentamos. Tentamos encontrar na internet a autoria. Li de novo. Interpretamos oralmente. Depois, a escrita, devagar, marcamos outro encontro para ver questões da gramatica e leitura. Quem se move para buscar moradia para o outro, merece ler o mundo por conta!