sábado, 12 de setembro de 2015

Brincos de Luas

Não vivo de notas e conceitos, ainda mais dos instituicionais. Talvez, isso sim, me importe com o conceito de meus amigos e amores, mas estes não se quantificam, se qualificam de outras formas e cada vez mais.
Mas, esta semana, ao verificar uma grade de notas antigas, que hoje não fazem diferença alguma na minha caminhada, me bateu uma vontade imensa de contestar os avaliadores, que até sonhei que assim fazia.
Escrevi e reescrevi o que diria aos ditos, se hoje os encontrasse. E fiquei com uma saudade imensa de marilhar com os pequenos, de ser leve em ambientes pesados, de arredondar as grades de conteúdo até se tornarem transitáveis. Estes desafios que por anos alimentaram minha existência.
Desejo que aqueles "C"s regulares encontrados no alfabeto avaliativo, se transformem em brincos de Luas. Que os avaliadores pendurem em suas orelhas e levem leves, bem pertinho da consciência.
Estes desafios, esta existência.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Já acontece

http://tendenciaestudantilrp.blogspot.com.br/2014/12/educacao-libertaria-experiencias-em-uma.html

Fogo Cruzado

do lado Conservador:
e em cada vez que conto que larguei o Estado, ouço comentários do tipo:
"esta gurizada não têm disciplina!!"
"os professores deixam usar boné!!"
"tem que voltar a linha dura!!"
"não existem mais valores nas famílias!!"
"as crianças não param quietas, é uma bagunça!!"
"no meu tempo, era sim senhor, sim senhora!"

do lado Libertário:
"escola é prisão!!"
"professores são ditadores!"
"tem que derrubar os muros!!"
"meu filho vai estudar o que quiser!"
"vou ensinar em casa, o Estado não é dono do meu filho!!"
"pela liberdade das crianças!!"

ai.
não. por favor.
(peço licença e vou chorar no cantinho)

Toda rua parece perigosa para um filhote de gato


Seguimos, eu e o felino cinza e preguiçoso (sufocando dentro da caixa furada e já cagada) avenida a fora, estava certa de que encaminharia o bichano antes de chegar na Protásio. Mas em cada ruela, percebia alguma ameaça a integridade de um recém-nascido. Lembrei da agropecuária do caminho, e quando parei na faixa para atravessar, decidi perguntar para uma mulher acompanhada de seus 3 filhos: "oi, a senhora mora por aqui? é que ganhei este (...)"
A esta altura, já deve estar miando sonolento na caixinha que o aguardava desde que a família se mudou para a nova morada.
"A gente queria um gato, já tem até caixinha!!" Os olhos brilhando agradeceram e juro que fiquei emocionada.
Cada caminho longo e torto que a vida planeja para que as coisas boas aconteçam. Do diário de um gato cinza e preguiçoso como condição do aceite da profe, a mudança da mulher e seus filhos ansiosos pelo bichano. Que assim seja sempre. Coco, sufoco, caminhada. E a morada.
abri minha caixa de giz de cera e sugeri que amigo de 4 anos, vizinho e companheiro dos fins de tarde enquanto tomo mate na rua, escolhesse alguns para si... Seus olhos brilharam e a expressão foi de tal encantamento, que os bastões coloridos foram pegos com delicadeza, como se estivesse manuseando algo SAGRADO. 
Estou certa que compartilhamos um TESOURO, e esta sensação ficará para sempre em mim.

mais uma da série "para ter pesadelos na madrugada".
Avaliando indicadores educacionais, item sobre diversidades: de gênero, sexual, étnica, religiosa, cultural. 
"mas claro que fazemos isto, a semana farroupilha mesmo, trabalhamos a cultura, os valores, levamos pra passeio..."
OI? OOOOOI??


"por que nós aprendemos muito com eles, a comida, música, mas eles também aprenderam muito conosco, os imigrantes..." prof defendendo que discutir preconceitos em aula é reforçá-lo e ignorando os fossos históricos que os afastam. Mas o que tá me doendo e me fazendo pensar em como recuperar esta conversa com ela é o CONOSCO. NÓS e os outros...
A sala dos professores tem me feito ter pesadelos na madrugada.



Dia de chuva, pouco espaço, ar já saturado após 2 horas na sala, crianças impacientes, eu mais ainda, me sinto uma merda nestas horas, perco as forças, detesto ficar contendo energia deles, assumo este papel pela necessidade e com dor. Meio-dia, almoço e sala novamente. Fui para a rua arejar a cabeça por uns 10 minutos e voltei, pois ninguém faz intervalo nestes dias. 
"onde tu tava sora??"
na rua, respirando um pouquinho...
"não dá pra respirar aqui??"
Vamos tentar respirar juntos?? (nesta hora, mais cinco se juntaram na respiração, no meio do pátio, no chuvisqueiro). 
Foram os melhores segundos deste dia.
1º momento: Luta Livre.
2º momento: organizar regras e golpes.
3º momento: registro escrito e ilustrado da luta inventada.

Regras principais: olhar no olho, não vale golpe sorrateiro. Controlar a força. 

Turma de 4º ano, 11 aos 16 anos. Máxima dos meus atuais planejamentos é prezar pela convivência, organização coletiva, mesmo que para isso seja preciso usar a raiva e energia acumulada numa luta em tatames.
Olhar no olho e controlar a força.

( e eu que nunca fui assim, muito de brigaaar, levo as aulas aproveitando os socos e ofensas, só pra diaaaalgaaar, ratatataaaa)
chuva caindo fez com que apenas 23 crianças de 3 turmas fossem a escola. Todas juntas, se aquecendo e se secando, as profes também. Filme, conversas, leituras. Até me senti em uma equipe de verdade. A chuva tem um poder de tornar as pessoas adultas mais leves, amáveis. O Sr Sol, aprenda os segredos dela, por favor.
sobre a alteração do artigo 2º do PNE: gostaria de saber assim, sem teorização, pontualmente, como proceder quando se ouve comentários homofóbicos na sala dos professores, ou pior, quando um, uma professor, professora reprende os modos "afrescalhados", a vozinha fina de alguma, algum jovem. Ou quando se entoa o cântico "que a mulher seja um céu de ternura... que o homem carregue nos ombros" no dia da família. Da família, no singular. Isto o PNE nem qualquer outro plano, pacto preveem, portanto, no meu ver, toda esta discussão pouco importa na essência da mudança. Ouvi um comentário do tipo "pagar a divida social". Aham. Aham. Quando se vê a escola como banco e a educação como moeda... Mas dai abandonem o tal papel transformador da Educação, os legisladores e educadores doutores devem estar se referindo as folhas de oficio usadas para impressão das leis, ou... do papel higiênico usado nos banheiros com sombrinha rosa e guarda-chuva azul.

Play-Peixe

E na Escolinha do Fundo do Mar, filho de tuBarão é play-peixe. 
e para a turminha que mergulhava na história, filho de rico é play-boy e filho de pobre é moto-boy. 
todos eles se identificam como pobres, como moto-boys. Me dói no estomago quando minhas crianças demostram uma consciência precoce do seu lugar nesta classificação social.

Da Série João Pé-de-mamão IIII


meu recém-conhecido irmão anda de balanço e mostra que lhe foi passado o passaporte de viajante das nuvens....
"mais alto, mais alto, até eu voaaaar!!"
e furar uma nuvem enchendo a boca de algodão dooooce
"me dá a mão, eu e a Marília subindo no aviãooo!"
ficando longe do chãooo
"e a cacau late pedindo caroooona"
e nos segue pelo campo até saltar na asa do avião

Não sei quanto tempo ficamos assim, o suficiente para darmos a volta ao mundo de mãos dadas, ambos portadores de um passaporte valioso; Um olhar conecta o outro e zazzzzzz........

"tu já parou de estudar?"
ainda não, sempre to estudando....
"SEMPRE??"
é, quando quero saber algo, estudo.... pq sou curiosa e perguntadeira como tu!
"eu to sempre estudando, hoje eu cavei um buraco, to estudando as pedrinhas que tem lá."
(tenho várias ganhadas dele, na expectativa de se tornarem um colar)
"e eu também to estudando como se planta melancia"
este é dos bons, guri estudioso, feliz de te-lo como irmão! Cavando descobertas, plantando conhecimentos. Quase me envergonho de estar aqui, "estudando" na frente de uma tela. Ainda bem que meu trabalho permite renovar o olhar diante do mundo todos os dias.

"eu não preciso dormir pra sonhar, Má. Eu fecho os olhos e posso sonhar qualquer coisa. " pequeno mano de 7 anos me tirando da realidade com sua cia.

o pequeno de seis anos planeja construir uma casinha na árvore com escada de corda e escorregador, "pra quando eu tiver filho."
Proponho que ele me ajude, antes dele ter filhos, a construir uma para quando eu tiver os meus.
"tu quer minha ajuda por que eu sou homem, né?"
não.... quero tua ajuda por que tu já planejou tudo ai na tua cabecinha...
"ahhh.... não é por que eu tenho mais força??"
não... eu também tenho força, e juntos temos mais ainda!
"tu sempre acha que mulher pode fazer tudo que homem faz né?"
é. e pode. por que não poderia?
Pensativo, olha ao redor, nada responde. Deve estar entrando em conflito com o que a irmã diz e o que ouve por ai....



meu pequeno irmãozinho traz um sanduíche, enquanto pesquiso coisas do trabalho aqui, e me alerta com o dedinho:
"não fala nada agora, faz só sinal, tu não pode parar de trabalhar"
certo. sinais.
"Má, tu trabalha todo dia?" 
aham.
"e se fala atrapalha, né?"
aham.
"todo dia tu tem que ficar sem falar?"
as vezes sim.
"e será que tem algum trabalho que a gente não precise parar de falar??"
acho que todo trabalho precisa de um tempo pra pensar, planejar....
"eu acho que não, deve ter algum diferente"
hmm... vai pensando ai, quietinho, e se pensar em algum, me fala. :p
segundos em silencio.
"Má, vamos procurar ai no computador um trabalho diferente??"
ai. pausa na quietude. aqui estamos pesquisando trabalhos que não precise de tempo sem falar. Depois volto para o meu, depois que o sono tiver envolvido o pequeno.




Da colheita dos ovos, ele me dá o preço da dúzia. Ofereço leite em troca. Feito!
Enquanto ferve na panela, ele me pede para dar pasto ao seu cavalo, "enquanto isso, eu cuido a panela."
Pasto dado, volto pra casa com mais ovos que achei no caminho.
"olha, a galinha te seguiu! Posso deixar ela aqui?".
Ninho arrumado, leite fervido, cavalo alimentado.
"a gente podia trazer todos os bichos pra cá, né?"
E assim juntamos as fazendas e passamos a cuidar de tudo juntos.
Aparece mais uma vizinha na brincadeira, com um cachorro. Bem o que faltava, a proteção da casa!!
Pois a vizinha também juntou sua fazenda.
E a cada novo fazendeirinho, mais alegre e completa ficava a nossa terrinha.
"o mundo todo podia ser uma fazenda, né, Má???".
é. :)

(da série: Aventuras com meu recém-conhecido Irmãozinho)



ai, por um fim de ano com mais chuvas de arco-iris abrigadores. 
tempestade tá fluindo pra onde?
meu recém-conhecido irmãozinho me contou que não dá para tocar no arco-iris, senão ele perde a cor. Desenhamos um arco vazado, acolhedor, só as gotas podem encostar nele.




sai na rua Lindona

as crianças se divertem penteando meus cachos, inventam coques, amarram, trançam. Hoje, enquanto aguardava ansiosa o encontro com o espelho, perguntava se iria sair na rua lindona ou assustando...
"ai, sora, claro que to te deixando lindona!"
"bah, sora, eu não sei, mas se tu tivesse namorado, ele ia sair correndo!" retruca Jenni.
A cabeleireira, seguríssima do seus dotes, sabiamente responde:
"mas ele que saia correndo, qualquer um que achar feio tem que sair correndo. O importante é a sora se achar lindona e a gente também, por que a gente ama ela e quem não ama a gente não importa!!" (foi mais ou menos este o discurso).
sai na rua lindona.

Os Deuses de Marília

as vezes respondo que não, não acredito em deus, não tenho religião alguma, não, não tenho, sim, sim, é possível não ter, existem pessoas legais sem religião sim, deus nunca me foi apresentado com cumprimento de mão nem nada, domingos eu durmo até meio-dia, e se insistirem muito nisso até sou capaz de inventar um nome esdruxulo com rituais engraçados, enfim, mas no mais recente papo com os pequenos sobre isso, disse que o meu deus pedia pra esquecer dele, e se lembrasse, era pra desenhá-lo bem parecido com a primeira pessoa, planta ou bicho que pusesse os olhos. enfim.

"o que eu sou sem jesuuuuss?? nada, nada naaaada! "(João atacando de sertanejo religiososo).
Meu, quem é este cara da música?? este tal de Jesus??
o pequeno se faz de desentendido, muda o assunto. Insisto.
"que que adianta eu te explicar que é ele se tu não acredita em deus??"
toma, Marília.


meu irmão queria colar uma imagem de santa na parede do meu quarto. Disse que não, que não acreditava em santos. Ele me disse que eu tinha que acreditar por que quando ele perde alguma coisa, ele pede, pede, pede e encontra. "deus e os santos me ajudam a encontrar o caminho certo."
Tá, mas se nunca ninguém tivesse te falado de deus e dos santos, tu iria conhece-los? 
"Claro, eles estão no céu."
Mas eu nunca fui pro céu!!
"Só quando tu morrer, Má!"
tá, e por agora, eu até sinto que existe algo misterioso, mas não sei como falar disso ... Acho que cada um sente e acredita em coisas diferentes, por que não dá pra mostrar,assim, de um jeito só que deus existe.
"ah Má. Como tu sabe que este apontador aqui existe de verdade?"
Ia responder que não sabia, que podia estar sonhando, que a existência.... Mas, bom, teremos anos a fio pra seguir a prosa.




Da Série João Pé-de-mamão III

as vezes respondo que não, não acredito em deus, não tenho religião alguma, não, não tenho, sim, sim, é possível não ter, existem pessoas legais sem religião sim, deus nunca me foi apresentado com cumprimento de mão nem nada, domingos eu durmo até meio-dia, e se insistirem muito nisso até sou capaz de inventar um nome esdruxulo com rituais engraçados, enfim, mas no mais recente papo com os pequenos sobre isso, disse que o meu deus pedia pra esquecer dele, e se lembrasse, era pra desenhá-lo bem parecido com a primeira pessoa, planta ou bicho que pusesse os olhos. enfim.
                                   

um dente extraído, e uma pessoa querida que anuncia a partida. as dores competem.
e ele, 6 anos, me traz seu coringa da sorte: "fica contigo até parar de sangrar!"
ele ainda não sabe que a cicatrização da saudade é mais lenta 
que a de um dente.
                                                     
"eu quero que tu viva infinitos anos, Má!"
este desejo me basta por hora. se saber amada por uma criança é a melhor forma de resignificar a vida.
Tardes pulando amarelinha, brincando de ficar invisível, alimentando os bois, imitando os passarinhos, tomando banho de chuva, pintando o rosto com barro, confeccionando binóculos, lendo gibis, andando de balanço, adivinhando as bandeiras dos países pelas cores, cantando, aprendendo palavras em alemão, subindo na carroça, descobrindo esconderijos debaixo das palmeiras, brincando com a lanterna no arvoredo. Férias com meu recém-conhecido irmãozinho, passaporte para as nuvens. E me percebo num reencontro com os lugares que fizeram parte do cenário de minha velha infância. O medo dos chifres do boi cai com a chuva na calha e forma o barro no qual pisamos e pintamos os rostos.
"eu também quero que tu viva infinitos anos."
(da série: Aventuras com meu recém-conhecido Irmãozinho)


Da Série: João pé-de-mamão II

Tenho feito os temas com João e tentado torná-los interessantes, mas para um bom irmão meu, só poderia esperar comentários assim:
"por que este milho, esta panela, este telefone têm boca e perna? Por que o colégio faz isso se isso nem existe??".
seguinte, guri, tu me entende.



meu irmão queria colar uma imagem de santa na parede do meu quarto. Disse que não, que não acreditava em santos. Ele me disse que eu tinha que acreditar por que quando ele perde alguma coisa, ele pede, pede, pede e encontra. "deus e os santos me ajudam a encontrar o caminho certo."
Tá, mas se nunca ninguém tivesse te falado de deus e dos santos, tu iria conhece-los? 
"Claro, eles estão no céu."
Mas eu nunca fui pro céu!!
"Só quando tu morrer, Má!"
tá, e por agora, eu até sinto que existe algo misterioso, mas não sei como falar disso ... Acho que cada um sente e acredita em coisas diferentes, por que não dá pra mostrar,assim, de um jeito só que deus existe.
"ah Má. Como tu sabe que este apontador aqui existe de verdade?"
Ia responder que não sabia, que podia estar sonhando, que a existência.... Mas, bom, teremos anos a fio pra seguir a prosa.


                                        

Dá série: João Pé-de-mamão I

O pequeno encontra pilhas redondinhas destas fazem brilhas os diabólicos brinquedos de plástico. Falo da toxidade, pesquisamos onde descartar e em meia hora ele me entrega para guardar longe dos olhos e mãos, sem antes suspirando:
"ai, tem tanta coisa perigosa neste mundo"


"o que eu sou sem jesuuuuss?? nada, nada naaaada! "(João atacando de sertanejo religiososo).
Meu, quem é este cara da música?? este tal de Jesus??
o pequeno se faz de desentendido, muda o assunto. Insisto.
"que que adianta eu te explicar que é ele se tu não acredita em deus??"
toma, Marília.
          


Pintando sílabas dos nomes das figuras desfiguradamente caricatas (seguro a crítica no peito para seguir tornando a atividade um pouco divertida), mas a segunda parte de copiar as mesmas palavras é demais pra mim.
"tem que fazer mais o que nesta folha, ela é tão pequena, Má!!!"
"éeeee já terminei??"
ainda não, vamos fazer isto logo e liberar o fim de semana, guri, tanta coisa pra provar, cheirar, tatear, ler neste mundão, vamos lá, falta pouco, eu também me sito presa nisso, nesta folhinha tão pequena como uma cela.  
                               


nestes temas de desenhar figuras cujos nomes iniciem com a, o pequeno guloso por frutas sugere
Abacaxi, Abacate, A banana. E A Marília. 
Escrevo meu nome e o nome da fruta para que visualize se é possível ou não. Mas a ideia segue fixa e por fim, incluímos um Amarília, que não é o meu nome, mas poderia ser o nome de alguém. Emoticon tongue

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

"tu não sabe lidar com o povo, tu só sabe lidar com criança!!"
pessoa tentando me ofender.
faço parte do povo, e trabalho, brinco, diálogo, descubro com os seres menos contaminados que são as crianças. Como me ofender? Errou o tiro.

Faixa sensual

conversa durante o almoço, crianças contando que assistem da televisão:
" né, sora, que quando tem uma coisa que a gente não pode ver aparece aquela faixa preta de censurado?"
(e eu imaginando que coisas estão tendo acesso.... )
o outro retruca: "é faixa de sensual, não censurado!!!"
pode?

Estudando a Vida

"tu já parou de estudar?"
ainda não, sempre to estudando....
"SEMPRE??"
é, quando quero saber algo, estudo.... pq sou curiosa e perguntadeira como tu!
"eu to sempre estudando, hoje eu cavei um buraco, to estudando as pedrinhas que tem lá."
(tenho várias ganhadas dele, na expectativa de se tornarem um colar)
"e eu também to estudando como se planta melancia"
este é dos bons, guri estudioso, feliz de te-lo como irmão! Cavando descobertas, plantando conhecimentos. Quase me envergonho de estar aqui, "estudando" na frente de uma tela. Ainda bem que meu trabalho permite renovar o olhar diante do mundo todos os dias.

Mulher faz tudo que homem faz?

o pequeno de seis anos planeja construir uma casinha na árvore com escada de corda e escorregador, "pra quando eu tiver filho."
Proponho que ele me ajude, antes dele ter filhos, a construir uma para quando eu tiver os meus.
"tu quer minha ajuda por que eu sou homem, né?"
não.... quero tua ajuda por que tu já planejou tudo ai na tua cabecinha...
"ahhh.... não é por que eu tenho mais força??"
não... eu também tenho força, e juntos temos mais ainda!
"tu sempre acha que mulher pode fazer tudo que homem faz né?"
é. e pode. por que não poderia?
Pensativo, olha ao redor, nada responde. Deve estar entrando em conflito com o que a irmã diz e o que ouve por ai...

Paquera Maluquinha

depois de assistir o filme do Menino Maluquinho, fomos pesquisar como estão os personagens crianças hoje.... Lemos algumas entrevistas, vimos fotos atuais e descobrimos que: 
"a sooora tem a mesma idade do Maluquiiiiiiiiiiinho!!!"
"sora, sora, sora, escreve pra ele, curte a foto, compartilha o vídeo, soooora!!"
"namora ele, sora, namora o Maluquiiiiiiiinho!!"
hahahahhaha. aiaiaiai. Crianças dando a dica da paquera.